Apenas um dos novos casos está relacionado com a cadeia de transmissão local
Souto Gonçalves texto

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A ilha do Faial reagiu ao surto de coronavírus que se manifestou a partir do final da passada semana. Os restaurantes, que têm sido um barómetro desta pandemia, depois de terem funcionado como um escape para o desejo das pessoas de saírem de casa, numa terra, como o Faial, em que existem poucas alternativas para o efeito, começaram já a sentir um certo retraimento da clientela.
Além disso, para aferir da nova atitude dos faialenses, basta travar conversa com as pessoas para perceber que existe uma preocupação generalizada com a possibilidade de a COVID-19 se alastrar no Faial.
Depois de um período em que uma sensação de segurança tomou conta da população desta ilha, resultante de o Faial se ter ido aproximado de zero casos ativos do novo coronavírus, agora parece que o rifão “casa roubada, trancas à porta” se está a cumprir.
NÚMEROS NO FAIAL E NOS AÇORES
O Faial atingiu hoje o 14.º caso positivo ativo de COVID-19, após o diagnóstico, durante o dia de ontem, de quatro novas infecções.
Um caso está relacionado com a cadeia de transmissão local que se encontra ativa nesta ilha e reporta-se a uma funcionária da Escola Secundária Manuel de Arriaga. Este estabelecimento de ensino já promoveu o confinamento de oito pessoas.
Outro caso resultou da deteção do vírus após análise realizada ao 6.º dia e diz respeito ao deputado do Corvo e proprietário do restaurante faialense Avózinha, que publicamente assumiu a sua situação, após ter viajado para a Horta desde Ponta Delgada. Iasalde Nunes explicou no Facebook que fez “dois testes no Corvo” e que “ambos deram resultado negativo”, acrescentando que foi “autorizado pelas autoridades de saúde a viajar”, tendo-o feito “num lugar ao fundo da cabine do avião onde não tinha nenhum passageiro”.
Um terceiro caso reporta-se a um indivíduo residente com histórico de viagem.
Atualmente a Região Autónoma dos Açores conta 501 casos positivos ativos, dos quais 438 em São Miguel, 44 na Terceira, 14 no Faial, dois no Pico, um em S. Jorge, um nas Flores e um no Corvo.
No Faial, os 14 casos ativos distribuem-se do seguinte modo: Angústias, 2; Castelo Branco, 3; Conceição, 1; Flamengos, 1; Matriz, 6 e Praia do Almoxarife, 1.
Até hoje, foram detetados no arquipélago 3.486 casos de COVID-19, que provocaram 25 óbitos e de que resultaram 2.860 recuperações.
Em Portugal continental, nas últimas 24 horas, ocorreram 293 óbitos, o que constitui um novo máximo diário e 15.073 infecções. O governo da República determinou a suspensão das ligações aéreas com o Brasil a partir de sexta-feira. |X|